Imagine, por exemplo, a seguinte situação. Você está sozinho em casa e, por volta das 3h da madrugada, ouve um barulho estranho na garagem. Todas as luzes estão apagadas, você não espera ninguém, não há cachorros nem gatos por ali e os seus vizinhos estão dormindo.
O som não identificado o faz acordar em um sobressalto: você sente o coração acelerar e bater violentamente no peito, os olhos se abrirem para absorver o máximo de luz e a respiração ficar ofegante – esse é o aspecto fisiológico da emoção.
Seu corpo reconheceu uma possível ameaça, por isso sua mente começa a cogitar hipóteses. Entram em cena pensamentos automáticos, como “Será que é um ladrão?”, “Como vou me defender?”, “Onde posso me esconder?”, “Será que a polícia vai demorar?” – esse é o aspecto cognitivo da emoção.
Agora você precisa decidir entre lutar ou fugir: seu corpo já está preparado para se defender e tomar uma atitude – esse é o aspecto comportamental da emoção.
Se você percebeu que a pessoa ficou com Medo, no exemplo acima, você reconheceu uma das emoções mais comuns e presentes no nosso comportamento. Mas, de acordo com o Eneagrama, ainda existem outras oito. Se fôssemos listá-las, poderíamos facilmente lembrar de Raiva, Orgulho e Vaidade, ou, na linguagem do Eneagrama, autoexigência, sensação de capacidade e preocupação com a imagem, respectivamente. Mas temos ainda algumas emoções menos compreendidas, como a Avareza (refreamento), a Gula (variedade de sensações) e a Luxúria (exagero e intensidade).
A emoção é um conjunto de crenças, atitudes e reações. Sendo assim, cada uma das nove emoções do Eneagrama apresentará uma configuração específica, possuindo um aspecto fisiológico (estimulação corporal), um aspecto cognitivo (experiência subjetiva consciente) e um aspecto comportamental (manifestações e expressões).
Assim como o Medo, as emoções influenciam o modo como interpretamos a realidade, como nos posicionamos diante dela e como reagimos a ela. No exemplo, a pessoa sequer cogitou a possibilidade de o barulho na garagem ser apenas a janela batendo por causa do vento! A realidade ficou limitada por causa dessa emoção (a pessoa só conseguiu pensar nos riscos), assim como ficam limitadas as perspectivas trazidas pelas demais emoções.
No Eneagrama, podemos compreender por que isso acontece, de uma forma profunda e respeitosa. Além disso, passamos a ter mais consciência sobre as habilidades e as dificuldades trazidas pelas emoções, aprendendo a extrair o melhor delas e a gerenciar seus aspectos negativos. O mesmo Medo que nos faz paralisar diante do risco é o Medo que nos traz cautela e nos prepara com antecedência.
Como seria, para você, poder reconhecer o leque de possibilidades que emoções como Raiva e Orgulho trazem para o seu dia a dia? Não seria ótimo poder usar a sua autoexigência para atingir resultados ainda melhores? Ou aumentar a sua autoestima? O Eneagrama da Personalidade pode ajudá-lo nessa descoberta.
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