Por que achamos que é comum existir distância entre o líder e sua equipe? Por que não nos sentimos à vontade para conversar, desabafar, falar de forma sincera com nosso líderes? Acesse e saiba como conviver em um ambiente saudável.
12 de novembro de 2019Medo, pavor, insegurança, frio nas mãos. Essas são algumas respostas comuns para a seguinte pergunta: como você se sentiria se precisasse pedir um aumento a seu chefe?
Não se trata apenas do conceito antigo do chefe autoritário. Em ecossistemas mais modernos, como startups, fintechs e outros novos modelos de negócio, a aflição do diálogo ainda pode estar lá. Medo de chefe não tem nada a ver com modernidade. Tem tudo a ver com gestão emocional.
Mas, pensando de forma clara, por que é tão comum colocar esse lugar de liderança distante do nosso lugar de fala? Por que não nos sentimos à vontade para conversar, desabafar, falar de forma sincera com nossos líderes?
Estamos do mesmo lado?
A primeira pergunta que você precisa responder é: você acha que joga junto com seu chefe? Estão do mesmo lado do jogo ou cada um joga sozinho? Quando nos sentimos próximos na essência, fica muito mais fácil de conversar de forma franca e próxima. Mas quando nos colocamos do lado de cá e o chefe do outro lado do campo, é realmente difícil construir essa linguagem sincera. Afinal, honestidade demanda intimidade.
Você pode falar tudo, mas não de qualquer jeito
Em um ambiente saudável, com diálogo aberto e disponibilidade de todas as partes de ouvir e compreender, tudo pode ser dito. Mas não de qualquer forma. Pense que temas difíceis para você costumam também serem difíceis para seu chefe. Agir com honestidade não impede que a fala tenha empatia e gentileza. Ainda que o seu desabafo parta de um ponto de desconforto e insegurança, agir com maturidade e cuidado torna a conversa mais produtiva. Para todo conflito, deve haver uma conversa e não um confronto.
Contra fatos não há argumentos?
Uma estratégia que costuma nos deixar um pouco mais seguros é começar a conversar a partir de um fato concreto. Por exemplo, imagine que você tem um colega de trabalho que lhe interrompe sempre que você tenta apresentar uma nova ideia. Se você chegar para seu chefe abrindo o jogo de tudo que acredita que o seu colega é e faz, pode parecer fofoca ou até pirraça. Mas se você começa com “Bem, você lembra daquela reunião que tentei me colocar e o meu colega me cortou? Isso tem acontecido o tempo inteiro”, a abordagem pode ser bem mais convincente. Dar exemplos concretos possibilita que a sua fala seja escutada como verdade e não como queixa. E um bom chefe sabe diferenciar uma boa conversa de uma reclamação infundada.
Esteja disposto a talvez não agradar o seu chefe o tempo inteiro. Ele, você e todos nós precisamos de desconforto de vez em quando. Ninguém vai para frente sem sair do lugar.
Uma conversa é feita, no mínimo, em dupla
Para que haja uma conversa, é preciso que as partes envolvidas estejam dispostas e conectadas. Respire fundo, pense no que aflige você e nos danos que isso pode trazer para sua carreira. Marque um horário, se prepare, ou encontre uma oportunidade no cafezinho. Mas falar de forma clara e objetiva é sempre a melhor opção. No final do dia, você vai estar mais aliviado. Afinal de contas, quando falamos de pessoas – e uma liderança é sempre sobre pessoas – estamos falando de emoções e afetos. E para gerenciar nossas atitudes, precisamos colocar as emoções no lugar. Conversar com o chefe pode não estar no seu job description, mas pode impulsionar sua carreira de uma forma que você não imagina.
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